sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

FÓSSEIS DE ERA - Cenozóico - Quaternário



São os primeiros vestígios incontestáveis da existência do Homem que marcam o início desta era, a qual compreende dois períodos o Plistocénico e o Holocénico. Além do aparecimento do Homem, outro facto importante caracteriza a era Antropozóica – o da grande mutabilidade climática do seu primeiro período (Guimarães, 1962).
Esta mutabilidade climática ocasionou períodos de intensa glaciação – períodos glaciários – bem como fenómenos de migração em muitas espécies animais e vegetais.
Nenhum grupo taxonómico importante surge de novo no quaternário.
Porém, em consequência das importantes modificações climáticas ocorridas no primeiro período desta era (Plistocénico), a distribuição geográfica das espécies animais e vegetais sofre importantes e correlativas alterações. Na mesma região encontram-se, no Plistocénico, fósseis reveladores dum clima quente e húmido (fósseis de hipopótamos, de elefantes, de leões, etc.) e fósseis reveladores de um clima glacial (de mamutes, de renas, etc.).
As variações climáticas locais motivaram importantes migrações de algumas espécies e ocasionaram a extinção de outras (Guimarães, 1962).
A estabilização das faunas e das floras marca o fim do Plistocénico e o início do Holocénico ou Actual.
Nos terrenos do quaternário (Plistocénico) surgem, pela primeira vez, provas incontestáveis da existência do Homem – peças esqueléticas e produtos vários da sua actividade.
Foram encontrados em terrenos plistocénicos restos de seres com caracteres intermédios entre os dos macacos antropóides e os do homem – os pré-hominídeos. Estes restos foram encontrados na África (Africanthropus), e na Europa, Próximo de Heidelberga, na Alemanha (Homem de Heidelberga).
Figura 1 – Homo heidelbergensis, Schoetensack, 1908.
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Homo_heidelbergensis, consultado em 21-12-2012.
Este último possui um maxilar com dentição humana, mas com características simiescas.
Os primeiros restos humanos foram encontrados em 1856 em Neander, perto de Dusseldórfia na Alemanha (Homem de Neantherthall.
O “Homem de Neanderthall” era troglodita. Os seus restos que, desde 1856 para cá, têm sido encontrados em várias regiões da Terra (Europa, Ásia, África), encontram-se frequentemente em depósitos de cavernas. Diferia do homem actual, Homo sapiens, por vários caracteres anatómicos: grande desenvolvimento da face e dos maxilares, saliência muito acentuada das arcadas supraciliares, ausência de fronte, etc.

Figura 2 – Reconstituição de criança de Neandertal (Foto do Instituto Antropológico da Universidade de Zurique/Divulgação).
O Homo sapiens só aparece depois da última glaciação.
O Plistocénico corresponde ao período Paleolítico ou da Pedra lascada da Pré-história.
Nos terrenos plistocénicos têm sido encontrados os mais variados objectos: “coup de poings”, machados, raspadores, pontas de flecha e braceletes e colares, etc.
As matérias primas utilizadas para a manufactura destes objectos eram variadas: rochas duras (sílex, quartzitos e obsidianas), osso, marfim e substância córnea dos chifres.
Figura 3 – Instrumento paleolítico recolhido na faixa litoral minhota na década de 1980.

Os humanos do paleolítico deixaram, também, inúmeros testemunhos das suas aptidões artísticas esculturas, gravuras e pinturas representativas de animais seus contemporâneos (mamutes, renas, cavalos, bisontes, etc.).
Mais tarde o homem aprende a polir a pedra – no período Neolítico da Pré-história ou da Pedra Polida – e a trabalhar os metais – período dos Metais.
O Neolítico da Pré-história corresponde ao período Holocénico.
O Homem Neolítico deixou, também, nos terrenos holocénicos, muitos testemunhos da sua actividade industrial e artística: machados de pedra polida. Inventou a cerâmica, como atestam várias peças (vasos, tigelas, etc.) encontradas nos terrenos holocénicos. Algumas destas peças de cerâmica eram ornamentadas com desenhos.
Enquanto o homem paleolítico era essencialmente caçador, o homem neolítico era, sobretudo, pastor e agricultor. Já não vivia em cavernas, como os seus antepassados, mas sim em casas agrupadas em povoações, muitas delas lacustres (Guimarães, 1962).
Nalgumas destas “cidades lacustres” foram encontrados fragmentos de tecidos grosseiros, peças de cerâmica, utensílios de pesca, etc.
O homem neolítico construía, também, monumentos megalíticos (monumentos feitos com grandes pedras). Entre estes contam-se os dólmens ou antes, monumentos funerários, os menhires, obeliscos grosseiros que parecem representar marcos miliários.
O período dos metais divide-se em três idades: Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade do Ferro.
Este período dos metais é, porém, já do domínio da Arqueologia e não da Geologia (Magalhães, 1962).
Figura 4 – Árvore filogenética Humana.
Fonte: http://www.flickr.com/photos/rinkratz/6800139634/, consultado em 21-12-2012.

Bibliografia

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