Especiação
é o processo evolutivo através do qual as espécies se formam. Este processo
pode ser uma transformação gradual de uma espécie noutra (anagénese) ou pela
divisão de uma espécie em duas por cladogénese. Há quatro modos principais de
especiação: a especiação alopátrica, simpátrica, parapátrica e peripátrica. A
especiação pode também ser induzida artificialmente, através de cruzamentos
seleccionados ou experiências laboratoriais.
Espécies
e Especiação
A
definição do conceito de espécie, em
Biologia é essencialmente operacional: uma espécie é um grupo de seres vivos
que são capazes de se reproduzir entre si, gerando descendência saudável e
fértil, pois o seu material genético é semelhante e compatível.
O
conceito de especiação remete para
um processo que decorre ao longo do tempo produzindo alterações numa espécie
que a transformam numa noutra (anagénese) ou através do qual uma espécie
diverge para se tornar em outras duas ou mais espécies (cladogénese).
Se
uma espécie se fragmentar em grupos que permaneçam isolados durante o tempo
suficiente (variável consoante a espécie), então essas populações podem vir a
acumular alterações genéticas que impossibilitem voltarem a gerar descendência
saudável e fértil no caso de voltarem a reunir-se. Foi o caso dos tentilhões
observados por Darwin nas ilhas Galápagos, onde o isolamento geográfico os
conduziu a uma diferenciação, observável sobretudo ao nível do tamanho e dos
bicos (https://sites.google.com/site/pensaraevolucao/museu-virtual-da-evolucao/atrio-de-entrada/evolucao/idade-da-terra/os-fosseis/especiacao,
Dezembro 2012).
Figura 1 - Diferentes
espécies de tentilhões
Fonte: https://sites.google.com/site/pensaraevolucao/museu-virtual-da-evolucao/atrio-de-entrada/evolucao/idade-da-terra/os-fosseis/especiacao,
consultado 2-12-2012.
As
principais causas de especiação devem-se ao isolamento geográfico ou à redução
do fluxo genético.
A
especiação artificial vem comprovar os resultados obtidos na natureza. Diane
Dodd demonstrou, através de experiências laboratoriais, como o isolamento
reprodutivo pode desenvolver preferências para o acasalamento nas Drosophila pseudoobscura (mosca da
fruta) após apenas oito gerações. Para tal, usou diferentes tipos de
alimentação: maltose e amido.
Figura 2 - Especiação
artificial, em laboratório
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Especia%C3%A7%C3%A3o#Parap.C3.A1trica,
consultado em 02-12-2012.
Tipos
de especiação
A
especiação ocorre sob condições diversas, mas geralmente o motivo é o
isolamento de membros da mesma espécie. Considera-se que existem quatro tipos
de especiação que apontam para as explicações mais prováveis para a sua
ocorrência:
Figura 3 - Tipos de
especiação
consultado dia
30-11-2012.
1)
Na especiação alopátrica, a existência de fronteiras geográficas reais
obrigam as espécies a separarem-se fisicamente. Um rio ou uma cordilheira, por
exemplo, podem causar a divergência de uma espécie.
Os
tentilhões das Galápagos são exemplo da especiação alopátrica.
2)
Na especiação parapátrica, uma espécie espalha-se em áreas grandes
com ambientes diversificados. Determinados conjuntos de indivíduos adaptam-se a
essas novas áreas e, gradualmente, as espécies tornam-se distintas. Não há uma
característica geográfica definida que os separe, podendo tornar-se espécies
distintas simplesmente por causa da distância entre os grupos.
3)
A especiação peripátrica ocorre quando um pequeno grupo se isola do
núcleo principal da espécie. Como esse grupo é apenas uma pequena parte da
população total da espécie, todas as diferenças genéticas que tornam a espécie
robusta podem estar ausentes. Isso constitui o que os biólogos denominam “efeito de gargalo”. Assim, alguns dos
genes que fluem habitualmente dentro de uma espécie foram eliminados e
separados do conjunto genético. No efeito evolucionário de gargalo, uma pequena
população consegue produzir gerações subsequentes.
Figura 4 - Efeito
gargalo de garrafa (bottleneck).
Fonte:http://www.icb.ufmg.br/labs/lbem/aulas/grad/evol/especies/especie8.html,
consultado em 06-12-2012.
É
possível que um grupo dê início a uma nova população, mas pode haver
repercussões provenientes do efeito de gargalo. Os genes presentes nessa
pequena população ficarão fortes, pois o fluxo genético é muito maior do que
seria em uma população maior, na qual as diferenças genéticas, incluindo
anormalidades, estão disseminadas: tal é denominado “efeito fundador”. Os genes dos membros fundadores daquela que acaba
por se tornar uma grande população tornam-se muito mais frequentes do que em
populações maiores semelhantes.
(https://sites.google.com/site/pensaraevolucao/museu-virtual-da-evolucao/atrio-de-entrada/evolucao/idade-da-terra/os-fosseis/especiacao,
Dezembro 2012).
Figura 5 - Efeito
Fundador
consultado
em 06-12-2012.
4)
No caso da especiação simpátrica, os membros de uma espécie continuam a viver
lado a lado, mas separados em espécies diferentes. A redução do fluxo genético
ocorre, não devido a barreiras geográficas, mas a outros factores.
Por
exemplo, alguns insectos alimentam-se e reproduzem-se utilizando um só tipo de
fruta. Se alguns membros dessa espécie experimentarem outro tipo de fruta, os
descendentes podem ser ensinados para utilizarem aquela fruta também. Se isso
acontecer, os membros da espécie poderão dividir-se em dois grupos distintos,
apenas com base na alimentação.
Figura6 - Especiação simpátrica.
Fonte: http://detectandoarealidade.blogspot.pt/2011/04/especiacao-produzindo-novidade.html,
consultado em 06-06-2012.
Como
resultado da especiação a Terra é povoada por milhões de espécies, cada uma
adaptada para viver num ambiente específico, utilizando os recursos de uma
região.
Figura7: Irradiação
adaptativa dos mamíferos.
Fonte: http://www.slideshare.net/giovannimusetti/especiao-7958963,
consultado 2-12-2012.
Há
muitos indícios de que a evolução dos grandes grupos de seres vivos foi possível
a partir de um grupo ancestral cujos membros, através do processo de
especiação, possibilitam o surgimento de espécies relacionadas. Assim, a partir
de uma espécie inicial, pequenos grupos iniciaram a conquista de novos
ambientes, sofrendo uma adaptação que lhes possibilitou a sobrevivência nesses
meios. Desse modo teriam surgido novas espécies que em muitas características
apresentavam semelhanças com espécies relacionadas e com a ancestral. Este
fenómeno evolutivo é conhecido como Irradiação Adaptativa. (www.unificado.com.br, Colégio
Leonardo da Vinci, Professora Ivone Fonseca, consultado em 2-12-2012).
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