domingo, 9 de junho de 2013

Dois Períodos do Paleozóico: Carbonífero e Pérmico


Carbonífero e Pérmico
Os dois períodos seleccionados para este trabalho são o Carbonífero e o Pérmico do Paleozóico.
 
Estes dois períodos pertencem ao Eon Fanerozóico, que vai desde há cerca de 542 Ma até ao presente. Proterozóico significa a existência de vida evidente. Pertencem à Era do Paleozóico que vai de 542 Ma a 251 Ma. Os Períodos do Carbonífero e do Pérmico, vão de 359 Ma a 299 Ma e de 299 Ma a 251 Ma, respectivamente.

Carbonífero
No início do século XIX, em Inglaterra, estabeleceu-se o primeiro período geológico: o carbonífero.

Nos Estados Unidos o Carbonífero pode ser decomposto em Mississipiano (carbonífero inferior) e Pensilvaniano (carbonífero superior). Este sistema foi adoptado para distinguir na maior parte como camadas de carvão que fazem parte do Pensilvaniano e a de rochas calcárias o Mississipiano.
O Período Carbonífero proporcionou condições ideais para a formação de carvão, eventos biológicos diversos, geológicos e climáticos marcaram este Período.

Orogenia/fases tectónicas
Geologicamente, houve uma colisão da Laurásia (Europa, Ásia e América do Norte) e a Gondwana (África, Austrália, Antártida e América do Sul que produziu os Apalaches, cadeia de montanhas da América do Norte e das montanhas hercinianas no Reino Unido. Uma colisão posterior da Sibéria e Europa criou os montes Urais.

Neste período formaram-se os Apalaches, pelo choque da Europa e África com a costa leste dos Estados Unidos (horogenia hercínica).

Fig. 1 -  Distribuição dos continentes e dos mares no início do Período Carbonífero
(entre 360 e 286 Ma).
Fonte: http://www.avph.com.br/carbonifero.htm, consultado em 9-06-2013.

Evolução Climática
O clima era quente e seco mas com o passar do tempo ficou mais frio e húmido. Durante o Carbonífero houve um arrefecimento pronunciado, havendo uma glaciação durante o Pensilvânico, desencadeado pela migração para o Sul da Gondwana. Embora as regiões equatoriais permanecessem quentes e húmidas num clima tropical, os pólos ficaram cobertos por camadas de gelo maciço. Vastos lençóis de gelo cobriam a Gondwana.

Fig. 2 - A Gondwana migrou para o Sul e o clima arrefeceu. Houve uma glaciação.

Fonte: http://www.avph.com.br/carbonifero.htm, consultado em 09-06-2013.
 

Evolução Biológica/Organismos característicos
Os graptólitos dendróides desapareceram. Surgiram grandes florestas e consequente formação de grandes jazidas de carvão. Árvores que caíam em pântanos eram soterradas sem se decomporem, pois havia pouco oxigénio. O soterramento levava a um aumento da temperatura, causando transformações químicas, resultando no carvão, através de várias etapas: turfa – lenhite – hulha – antracite.
Fig. 3 – Reconstituição de uma floresta no Carbonífero.
Fonte: http://palaeos.com/paleozoic/carboniferous/carboniferous.htm, consultado em 9-06.2013.

Uma das inovações evolucionárias carboníferas foi o ovo amniótico, que permitiu a exploração do meio terrestre por determinados tetrápodes. O ovo amniótico permitiu que os antepassados das aves, mamíferos e répteis se reproduzissem em terra impedindo a dessecação do embrião.

No final do carbonífero, os répteis adquiriram a capacidade de se reproduzir em terra.

Havia uma tendência para temperaturas suaves durante o carbonífero, que evidenciou a diminuição de licófitas (plantas do grupo das pteridófitas que apresentam microfilos) e insectos grandes e um aumento do número de samambaias (fetos) gigantes.

O período de Pensilvaniano é identificado pelas grandes jazidas de carvão que existem no mundo datadas desta época. Os fósseis de vida marinha caracterizam o período Mississipiano. Estes fósseis incluem corais solitários Syringopora, corais coloniais tubulares. Outros corais coloniais fósseis incluem Stelechophyllum e Siphonodendron. Outros fósseis índice são os conodontes, eles são utilizados internacionalmente para datar rochas do Mississipiano.
Na vida animal crinóides briozoários em seu ápice. Expansão dos labirintodontes, dos quais surgem os cotilossaurus. Surgem os primeiros animais voadores os insetos.
Na vida vegetal surgem enormes florestas de pteridófitas, plantas de esporos e tecidos vasculares. Surgimento das pteridospermas e destas as primeiras gimnospermas que possuíam sementes.

Fig. 4 - Arthropleura, inseto gigante do Carbonífero, de há cerca de 330 Ma.

Fonte: http://www.avph.com.br/arthropleura.htm, consultado em 09-06-2013.
O arthopleura era um gigantesco artrópode que viveu há aproximadamente 330 Ma durante o Carbonífero na América do Norte e na Europa, é o maior artrópode que já existiu, podia ultrapassar dois metros de comprimento, preferiam os ambientes com vegetações abertas e aluviais, em planícies inundadas, assim como rios aterrados. Foram encontrados rastos fósseis nos EUA e na Europa.
 

Pérmico
O Período Pérmico ocorreu entre 299 e 251 Ma. Foi o último Período da era Paleozóica.
 
A separação entre o Paleozóico e o Mesozóico ocorreu no fim do Pérmico na grande extinção maciça, a maior registada na história da vida da Terra. A extinção afetou muitos grupos de organismos em ambientes variados, mas sobretudo as comunidades marinhas, causando a extinção da maioria dos invertebrados marinhos do Paleozóico.
 
Alguns grupos sobreviveram à extinção maciça do pérmico em número extremamente diminuído, porém nunca mais alcançaram o domínio ecológico que tiveram.
 
No ambiente terrestre, uma extinção relativamente menor dos diapsídeos e dos sinapsídeos mudou a maneira de domínio das espécies, dando origem no Triásico à idade dos dinossauros. As florestas gigantes de pteridófitas deram espaço a florestas de gimnospérmicas em definitivo. As coníferas modernas apareceram primeiro no registo fóssil do Pérmico.

Orogenia/fases tectónicas
Neste Período Pérmico continua a orogénese Apalachiana.

Evolução Climática
A geografia da época indica que o movimento das placas tectónicas tinha produzido o supercontinente conhecido como Pangeia.

A Pangeia começava no pólo Norte e ia até ao pólo Sul. A maior parte da superfície da Terra foi ocupada por um único oceano conhecido como Panthalassa e um mar menor ao leste da Pangeia conhecido como Tethys.
Nos eventos geológicos ocorreram enormes glaciações no Sul, pois este ainda estava muito próximo do Pólo no Pérmico Inferior

Fig. 5 - Distribuição dos continentes no Pérmico.
Fonte: http://www.avph.com.br/, consultado em 09-10-2013.

Evolução Biológica/Organismos característicos
A fauna terrestre foi dominada por insectos semelhantes a baratas e animais que não eram nem répteis nem mamíferos (grupo dos Synapsida). Havia anfíbios gigantes, e no mar, tubarões primitivos, moluscos cefalópodes, braquiópodes, trilobites e artrópodes gigantescos como Euriptéridos ou escorpiões do mar. As únicas criaturas voadoras do período eram parentes gigantes das libélulas.
Fig. 6 - Exemplar pertencente a classe Synapsida.
Fonte: http://www.rareresource.com/pho_lystrosaurus.htm, consultado em 09-06-2013.

Apareceram no Carbonífero Superior (Pensilvaniano) e os mais primitivos (os Pelicossauros) foram abundantes principalmente no Permiano Inferior (Cisuraliano).

A flora era caracterizada por árvores do género Glossopteris. Os répteis tiveram grande desenvolvimento, dominando a era seguinte, o Mesozóico.

Fig. 7 - Flora do Pérmico e exemplares do Dimetrodon.

No final do Período Pérmico ocorreu a maior extinção em massa da História da Terra, na qual desapareceram 95% das espécies existentes. O filme seguinte é um documentário do Discovery Channel sobre a descoberta das causas da extinção do Pérmico/Triásico.